Esta teoria das mais inovadoras explica a origem da água na Terra 💧

Publicado por Adrien,
Fonte: Observatório de Paris
Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
Uma equipe de cientistas evidenciou um novo mecanismo potencial de fornecimento de água para a Terra, oferecendo uma perspectiva promissora em relação às teorias anteriores.

Baseado em numerosas observações do Sistema Solar, bem como em outras feitas pelo radiotelescópio ALMA, de discos de detritos extra-solares, o estudo foi publicado na revista *Astronomy and Astrophysics*, em 3 de dezembro de 2024.


A água é um elemento essencial para a vida na Terra; no entanto, os cientistas acreditam que a jovem Terra não a possuía em sua formação. Localizado muito perto do Sol, nosso planeta teria, de fato, sido muito quente para reter água em sua origem. As teorias atuais sugerem, portanto, um fornecimento externo de água, ocorrido durante os primeiros 100 milhões de anos da história terrestre.

Até agora, a teoria dominante assumia que corpos gelados, semelhantes a cometas, teriam colidido com a Terra, trazendo assim a água. No entanto, esse cenário requer um "jogo de bilhar" cósmico, onde mecanismos dinâmicos complexos enviam esses objetos gelados em direção à Terra, em um momento preciso e em quantidade suficiente. Bastante aleatório, esse cenário é questionado quanto à sua robustez e universalidade em todos os sistemas extra-solares.

Com base em dados precisos de medições isotópicas realizadas na atmosfera da Terra, bem como em observações recentes de asteroides (notadamente os resultados de missões espaciais que se aproximaram de asteroides como Hayabusa 2 e OSIRIS-REx), um novo modelo de evolução do cinturão de asteroides foi desenvolvido e testado com os dados terrestres.

Complementando, observações de discos extra-solares, semelhantes ao nosso cinturão de asteroides, foram realizadas com o radiotelescópio ALMA, para testar a universalidade desse novo mecanismo de fornecimento de água; esse poderia potencialmente se aplicar com sucesso a uma variedade de sistemas extra-solares.

O novo estudo propõe um mecanismo alternativo, menos aleatório


Se, como se acredita hoje, os asteroides se formaram congelados em um disco primordial frio, então, com o desaparecimento desse jovem disco, os asteroides, ao se aquecerem, liberaram progressivamente seu gelo em forma de vapor d'água. Esse vapor d'água teria então formado um novo disco, composto principalmente por água, envolvendo o cinturão de asteroides e orbitando ao redor do Sol.


Evidência, etapa por etapa, de um novo modelo de distribuição de água nos planetas internos do Sistema Solar, incluindo a Terra. Cinco milhões de anos após o nascimento do Sol, os asteroides do cinturão principal liberam, sob o efeito da energia solar, vapor d'água.
Esse banho de vapor, progressivamente difundido no Sistema Solar interno, acaba envolvendo os planetas, que capturam uma parte dele em benefício da formação dos oceanos, entre 10 e 100 milhões de anos depois. © Sylvain Cnudde/Observatório de Paris - PSL/LESIA

Sob o efeito de forças dinâmicas, esse disco de vapor d'água espalhou-se progressivamente, alcançando os planetas internos do Sistema Solar, incluindo a Terra. Quando imersos nesse banho de vapor d'água, os planetas puderam capturar uma parte dela, contribuindo assim para a formação dos oceanos.

Esse mecanismo também explica a presença de água em outros planetas do Sistema Solar. Suscetível de possuir um alcance universal, ele oferece uma pista promissora para identificar exoplanetas que possam conter água e, potencialmente, vida.

Referências:
Quentin Kral et al, "An impact-free mechanism to deliver water to terrestrial planets and exoplanets", A&A, 3 de dezembro de 2024.
Página gerada em 0.088 segundo(s) - hospedado por Contabo
Sobre - Aviso Legal - Contato
Versão francesa | Versão inglesa | Versão alemã | Versão espanhola