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Descoberta excepcional de um tigre-dentes-de-sabre mumificado ⛏️
Publicado por Cédric, Autor do artigo: Cédric DEPOND Fonte:Scientific Reports Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
Os gelos siberianos guardam segredos inesperados. Em 2020, uma descoberta excepcional foi feita perto do rio Badyarikha: a de um filhote de tigre-dentes-de-sabre, congelado no tempo há cerca de 36.000 anos. Uma verdadeira imersão na era glacial.
Este espécime, pertencente à espécie Homotherium latidens, apresenta um estado de conservação raro. Os pesquisadores, maravilhados, identificaram uma pelagem densa de cor marrom-escuro, patas dianteiras ainda dotadas de almofadas plantares e garras afiadas, bem como uma mandíbula com dentes perfeitamente alinhados. Este animal, morto com apenas três semanas de vida, oferece uma visão inédita de um predador formidável em potencial.
A - Aparência externa da múmia congelada de [i]Homotherium latidens.
B - Vista dorsal do esqueleto por escaneamento CT.[/i]
Esta é apenas a segunda vez que restos desta espécie são encontrados. Na primeira vez, uma única mandíbula havia sido descoberta. Porém, a descoberta de 2020 é muito mais impressionante: embora uma parte do corpo esteja ausente, é possível finalmente ver pela primeira vez como este animal realmente era.
A conservação excepcional deste "gatinho" siberiano é resultado das condições únicas do permafrost. Este solo permanentemente congelado permitiu preservar não apenas os ossos, mas também os tecidos moles e detalhes morfológicos, uma raridade para espécies extintas. Segundo os pesquisadores, seu pescoço maciço e membros alongados testemunham uma adaptação notável para a caça em um ambiente gelado.
As análises de carbono-14 situaram a existência deste animal entre 35.500 e 37.000 anos. Naquela época, a Sibéria era dominada por uma tundra, habitada por grandes mamíferos como mamutes e rinocerontes-lanudos. O Homotherium latidens ocupava uma posição de destaque no topo da cadeia alimentar.
Este tigre-dentes-de-sabre não apenas lembra os leões atuais por sua estatura, mas também apresenta diferenças anatômicas marcantes: um lábio superior espesso para proteger seus longos caninos, orelhas menores e uma pelagem mais escura. Estas características indicam uma evolução própria desta espécie para suportar as condições rigorosas do clima polar.
Além de sua aparência, os pesquisadores esperam agora aprender mais sobre o DNA desta espécie. O material genético extraído pode revelar segredos sobre a evolução dos grandes felinos pré-históricos e suas interações com o ambiente.
Legenda
O estudo deste tigre congelado marca um avanço significativo na paleontologia. Ele permite que os pesquisadores reconstruam o passado com uma precisão sem precedentes e contemplem, pela primeira vez em milênios, um animal extinto em estado intacto.
Esta descoberta também levanta uma questão mais ampla: o que mais os gelos derretendo nos reservam? À medida que o aquecimento global acelera o degelo do permafrost, outros tesouros pré-históricos podem emergir, mas sua preservação torna-se uma questão urgente.
Ela lembra nosso artigo sobre a recente descoberta de um rinoceronte-lanudo mumificado há 32.000 anos.
O que é um tigre-dentes-de-sabre?
O tigre-dentes-de-sabre, ou Homotherium latidens, era um grande felino pré-histórico que desapareceu há cerca de 10.000 anos. Pertencia a um grupo de espécies carnívoras, famosas por suas longas caninas afiadas que podiam medir até 20 cm de comprimento.
Estes felinos viveram principalmente durante o Plio-Pleistoceno, entre 5 milhões e 10.000 anos atrás, e estavam espalhados pela América, Europa e Ásia. Eles eram adaptados a ambientes diversos, desde savanas até tundras geladas.
Ao contrário dos leões modernos, o tigre-dentes-de-sabre tinha um corpo mais compacto, patas dianteiras poderosas para imobilizar suas presas e um pescoço robusto. Estas características físicas faziam dele um predador formidável, capaz de caçar herbívoros de grande porte.
Apesar de sua popularidade no imaginário coletivo, esses animais não eram diretamente aparentados aos tigres modernos. Sua extinção permanece pouco compreendida, mas pode estar relacionada às mudanças climáticas e ao desaparecimento de suas presas principais.