Análise de um sinal de rádio incomum, vindo deste objeto espacial extremo

Publicado por Adrien,
Fonte: Nature Astronomy
Outras Línguas: FR, EN, DE, ES
Uma descoberta recente feita por pesquisadores usando o telescópio rádio Murriyang do CSIRO, localizado em Parkes, marca um ponto de virada na nossa compreensão sobre as estrelas de nêutrons, especialmente os magnetars. Estes corpos celestes, conhecidos por serem os ímãs mais poderosos do Universo, revelaram características inesperadas, abrindo novos caminhos no estudo de fenômenos astrofísicos extremos.


Representação artística de um magnetar com um campo magnético poderoso.
Crédito: CSIRO

No coração desta descoberta está o magnetar XTE J1810-197. Localizado a cerca de 8.000 anos-luz da Terra, ele emitiu pulsos de rádio com polarização circular, uma propriedade em que a luz parece espiralar pelo espaço. Essa particularidade contraria as explicações teóricas anteriores e sugere interações complexas na superfície da estrela.

Os resultados dessa pesquisa, publicados na revista Nature Astronomy, destacam o comportamento único de XTE J1810-197. Ao contrário dos sinais de rádio usualmente observados para outros magnetars, os emitidos por XTE J1810-197 apresentam mudanças rápidas na sua polarização circular, um fato inédito no campo da astrofísica.

Após um silêncio de mais de uma década, os sinais de XTE J1810-197 foram detectados novamente em 2018 pelo telescópio Lovell da Universidade de Manchester, e depois observados detalhadamente pelo Murriyang. Com seu receptor de banda ultra-larga, esse telescópio desempenhou um papel crucial no monitoramento das emissões de rádio do magnetar, permitindo medidas precisas de suas características únicas.


Representação artística de um magnetar.
Crédito: Carl Knox, OzGrav

Os pesquisadores, liderados pelo Dr. Marcus Lower do CSIRO, propõem que a presença de plasma superaquecido acima do polo magnético do magnetar poderia agir como um filtro polarizador, afetando assim a natureza das ondas de rádio emitidas. Esta hipótese levanta questões sobre como o plasma influencia estes sinais, um enigma que a equipe espera resolver no futuro.

A descoberta revela não apenas aspectos inexplorados dos magnetars, mas também oferece perspectivas para aprender mais sobre fenômenos como a dinâmica dos plasmas, surtos de raios X e gama, e surtos rápidos de rádio. Ela enfatiza a importância dos avanços tecnológicos na radioastronomia, especialmente o desenvolvimento de receptores de banda ultra-larga, que abrem novas janelas para o Universo.

Esta pesquisa contribui para ampliar nossa compreensão das leis físicas que regem os ambientes astrofísicos extremos e destaca o papel essencial das observações terrestres na exploração do Universo distante.
Página gerada em 0.108 segundo(s) - hospedado por Contabo
Sobre - Aviso Legal - Contato
Versão francesa | Versão inglesa | Versão alemã | Versão espanhola